Sem achar corpo, buscas por idoso morto por adolescentes prosseguem

Depois de um dia inteiro de buscas no leito do Rio Amambai, os familiares, amigos e bombeiros que estão à procura do corpo de Luiz Venitte Reina, de 68 anos, encerraram as buscas no começo da noite desta sexta-feira (12). Os trabalhos continuam amanhã na esperança de proporcionar uma despedida digna para o idoso, que teria sido lançado no rio depois de ser assassinado por quatro adolescentes. O crime ocorreu durante assalto na última segunda-feira (8) em Itaquiraí, cidade distante 405 km da Capital.

"A verdade é que estamos trabalhando no escuro. Os bombeiros, familiares, amigos, todo mundo está ajudando, 'batendo barranco', mergulhando, mas até agora não encontramos", lamenta o vendedor autônomo Paulo Sanches, genro da vítima. Pelo menos 12 pessoas estão empenhadas nas buscas, conforme Paulo. Só hoje o vendedor diz ter percorrido cerca de 40 quilômetros de barco à procura do corpo. Paulo saiu de Valinhos, São Paulo, para ajudar nas buscas.

Como se não bastasse a dor da perda, os familiares estão revoltados com a impunidade dos envolvidos no crime. Dos quatro suspeitos, três foram apreendidos em flagrante e confessaram o crime, enquanto o mais novo, de 13 anos, segue foragido. Na manhã desta quinta-feira dois deles foram liberados pela justiça após audiência de custódia.

"Depois de tudo o que fizeram com ele (Luiz), depois de todo o trabalho da polícia aí vai um juiz e ainda determina a soltura dos meliantes. A gente fica ainda mais desanimado", comenta Paulo. De Itaquiraí onde os voluntários passam a noite até o rio, são cerca de 70 quilômetros.

"Para chegar no destino nós ainda passamos na frente da casa dos meliantes, não tem outro caminho. Já tivemos informações que eles, inclusive, já estariam de volta na região. Estamos com medo", lamenta Paulo.

 O crime - Luiz foi assassinado com dois tiros, no peito e na nuca, e o corpo foi desovado pelos adolescentes. Conforme a polícia, o plano foi arquitetado pelos adolescentes por pelo menos três meses. O crime só foi descoberto 24 horas depois, quando a filha da vítima procurou a delegacia suspeitando do desaparecimento de Luiz.

Dois garotos foram apreendidos no assentamento onde o crime aconteceu e o adolescente de 16 anos que atirou contra o idoso foi pego em Campo Grande, para onde fugiu com uma criança de 11 anos, que dizia ser sua "namorada". Os meninos de 16 e 17 anos confessaram que haviam roubado a caminhonete, uma motocicleta, um revólver e que também teriam efetuados disparos de arma de fogo contra a vítima, que morreu no local. Na casa de um deles  foi recuperada a motocicleta e outros pertences pessoais da vítima.