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Lado Rural

PIB do agronegócio se estabiliza no 3º trimestre e acumula 10,79% até setembro

Fraco desempenho da pecuária tem como principal fator de pressão o aumento dos custos com insumos

José Roberto dos Santos | 13/12/2021 14:45
Gado em confinamento; custos com insumos ultrapassaram valorização do produto. (Foto: Arquivo | Embrapa
Gado em confinamento; custos com insumos ultrapassaram valorização do produto. (Foto: Arquivo | Embrapa

O PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio brasileiro, calculado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), teve um crescimento modesto no terceiro trimestre, de apenas 0,4%. Com isso, o avanço do PIB do setor, de janeiro a setembro deste ano, é de 10,79%. O levantamento foi divulgado através de relatório técnico divulgado à imprensa.

Considerando-se os desempenhos do agronegócio e da economia brasileira até o momento, a participação do setor no PIB total pode ficar em torno de 28% no ano. Segundo pesquisadores do Cepea, o aumento do PIB na parcial de 2021 está atrelado aos resultados observados para o ramo agrícola (com elevação de 17,06%), já que o pecuário segue registrando balanço negativo de janeiro a setembro (queda de 4,76%).

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Setor agrícola – Pesquisadores do Cepea indicam que os destaques de janeiro a setembro foram os segmentos de insumos e o primário (agricultura). O PIB do segmento de insumos agrícolas foi puxado pelo desempenho da agricultura e pela alta importante dos preços, sobretudo fertilizantes e máquinas agrícolas.

Por sua vez, o excelente resultado da agricultura no período se deve exclusivamente ao alto patamar real dos preços agrícolas, tendo em vista as expressivas quebras de produção para importantes culturas, devido ao clima desfavorável. O avanço da renda neste segmento, contudo, foi limitado pelo forte incremento dos custos de produção.

Especificamente no terceiro trimestre, pesquisadores do Cepea ressaltam que chamou a atenção uma desaceleração da recuperação da produção industrial, frente ao ano anterior. Esse foi o cenário para quase todas as agroindústrias agrícolas. Ainda assim, a variação do PIB do segmento no acumulado do ano continuou positiva.

O crescimento do PIB dos agrosserviços também merece destaque. A boa performance da agricultura, sobretudo da soja, e a recuperação do nível de processamento vegetal (apesar da desaceleração) ampliaram o uso de serviços pelo ramo.

Para a indústria de fertilizantes e corretivos de solo, com informações até setembro, projeta-se importante crescimento de 66,11% do faturamento anual. Este resultado reflete a expressiva alta de 42,92% dos preços reais, na comparação entre janeiro a setembro de 2021 e de 2020, e o crescimento de 16,22% da produção esperado para este ano. Apesar do crescimento, a produção nacional não é suficiente para atender à demanda doméstica, que, em grande medida, depende de importações.

Setor pecuário – O fraco desempenho do ramo pecuário tem como principal fator de pressão o aumento expressivo dos custos com insumos, seja dentro da porteira, na agroindústria ou nos agrosserviços. No segmento primário, o PIB cresceu, mas com resultado bem modesto, tendo em conta as fortes elevações dos preços. Isso porque a alta dos custos foi mais intensa que as elevações dos valores dos produtos e houve menor produção de bovinos no campo.

Na agroindústria pecuária, segundo os pesquisadores do Cepea, o indicativo é de que as elevações das matérias-primas não puderam ser repassadas na mesma intensidade aos preços negociados, diante da enfraquecida demanda doméstica, causando um estreitamento das margens – situação que se agravou no terceiro trimestre. Ademais, o abate de bovinos diminuiu, devido à escassez de bois no campo. Nos agrosserviços, o recuo do PIB no ramo pecuário também refletiu o comportamento a montante.

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