ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, QUARTA  08    CAMPO GRANDE 29º

Jogo Aberto

Para juiz, advogado faz parte de milícia

Anahi Zurutuza, Fernanda Palheta e Marta Ferreira | 07/10/2019 06:00
Fila de eleitores que saíram no domingo para escolher conselheiros tutelares (Foto: Marina Pacheco)
Fila de eleitores que saíram no domingo para escolher conselheiros tutelares (Foto: Marina Pacheco)

Passou do limite – Defensor do ex-guarda municipal Marcelo Rios, o advogado Alexandre Franzoloso se livrou da prisão na Operação Omertà, mas para o juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, deveria estar preso por ter “ultrapassado os limites do exercício da profissão” quando o cliente foi preso com arsenal.

Liminar – Franzoloso teve a prisão preventiva decretada a pedido do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), mas está em liberdade por força de liminar. A OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso do Sul) foi quem patrocinou o pedido de habeas corpus que ainda terá o mérito julgado pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

Parte da organização – Em manifestação sobre o porquê havia decretado a prisão, o magistrado frisa que mais do que ter “passado do limite”, o Gaeco conseguiu evidenciar “detalhadamente” o envolvimento de Franzoloso com a organização criminosa investigada na Omertà.

“É crime” - “Não se de trata de criminalização da advocacia como quis fazer crer a Ordem dos Advogados do Brasil”, anotou Marcelo Ivo no despacho, completando que “o fato de alguém impedir ou, de qualquer forma, embaraçar a investigação de infração penal que envolva organização criminosa, constitui o crime”.

Tropa de choque – A decisão de prender o advogado, porém, ainda promete muito debate. Além da OAB-MS, outras entidades que representam a categoria saíram em defesa de Franzoloso, como o IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), a Abracrim (Associação Brasileira dos Advogados Criminalistase) e o MDA (Movimento de Defesa da Advocacia).

Atentado – Os movimentos consideraram a possível prisão do colega como medida abusiva e um “atentado à independência do advogado”.

Defesa “importada” – Thiago Anastácio, advogado criminalista de São Paulo, foi o escolhido para defender o policial militar Sílvio César Molina, principal alvo da Operação Laços de Família, que desvendou esquema de tráfico de drogas a partir de Mundo Novo comandado pelo PM, segundo o MPF (Ministério Público Federal).

De injustiçado a famosos – Anastácio é rosto conhecido na TV por defender de cabeleireiro acusado erroneamente de homicídio, segundo matéria exibida no SBT em julho deste ano, a assassino famoso. Ele foi o advogado de Gil Rugai, condenado a 33 anos de prisão por matar o pai e a madrasta em 2004.

Surpresa – Diferente de São Paulo, onde houve baixa adesão da população, segundo a Agência Brasil, a participação na eleição para os Conselhos Tutelares em Campo Grande surpreendeu a organização. Mais de 30 mil eleitores foram às urnas neste domingo (6), sendo que a expectativa era que no máximo 15 mil saíssem de casa para escolher 25 novos conselheiros para a Capital. Em 2015, foram 7 mil votantes.

Anulação – Além de inúmeras reclamações de eleitores sobre fila, falta de cédulas e de organização em geral, a eleição para conselheiro tutelar também foi alvo de críticas do vereador Wellington de Oliveira (PSDB), que não conseguiu votar. Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar diz que vai trabalhar para anular o pleito.

Sem problemas - O prefeito Marquinhos Trad (PSD) também foi votar, mas não teve problemas. Pelo menos não relatou qualquer dificuldade nas postagens do Instagram.

Nos siga no Google Notícias