ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SÁBADO  27    CAMPO GRANDE 26º

Boa Imagem

Como ser mais valorizada no mercado

Por Larissa Almeida (*) | 06/03/2024 08:40

É clichê, mas antes de ser valorizada, é preciso também se valorizar, e um sentimento que atrapalha muitas de nós, mulheres, é a sensação de insegurança e de achar que não é boa o suficiente para determinada função, mesmo que seja capacitada. Será que eu mereço? Será que eu dou conta? Será que alguém está vendo que sou incapaz? Muitas de nós já nos fizemos estas perguntas mais de uma vez, e frequentemente, não sentimos valorizadas mas também não nos valorizamos.

Esta coluna trata de temas relacionados à imagem e que valem para ambos os sexos, mas em alusão ao Dia Internacional da Mulher, vou puxar mais a sardinha para o público feminino. As mulheres convivem muito mais com a chamada Síndrome da Impostora (termo criado em 1978 pelas psicólogas norte-americanas Pauline Clance e Suzanne Imes, e que vale para homens e mulheres), porque costumam ter mais dificuldade de reconhecer o próprio sucesso, geralmente sentem mais necessidade de agradar, e com isso se autossabotam muito mais.

Pesquisa divulgada pela plataforma de recrutamento InfoJobs revela que 73,7% das mulheres sentem que precisam ser mais qualificadas do que os homens para assumir cargos de liderança. Outro estudo feito pela Universidade da Geórgia mostrou que 70% das executivas entrevistadas se sentiam uma fraude no trabalho. A síndrome abala a confiança de 75% das mulheres no mercado, de acordo com um outro estudo feito em 2020 pela consultoria de gestão KPMG. Entre as 700 executivas entrevistadas, 56% temiam que as pessoas ao seu redor não acreditassem que elas eram tão capazes quanto o esperado.

Não é difícil esbarrar com mulheres que, apesar de suas qualificações profissionais, sentem que não são boas o suficiente. Junte a isso uma sociedade que espera que as mulheres sejam mães presentes, gerenciem o lar e “cuidem” da família. São muitas funções e as cobranças, gigantes.

Mas como amenizar este sentimento? Como você, mulher, pode reconhecer se precisa realmente de mais qualificação para sua função ou se está se sabotando por achar que não é boa? E reconhecendo que é boa o suficiente, como demonstrar o valor real do seu trabalho?

Em primeiro lugar, quando não se sentir capaz, avalie tecnicamente se realmente te faltou mais experiência ou estudo para aquele trabalho ou se o que te falta mesmo é mais segurança. Se for o primeiro, corra atrás da qualificação. Se for o último, a melhor forma de vencer o medo é fazendo. A cada tarefa executada, o “monstro” parece menor, acredite. Lembre-se que as primeiras vezes que fazemos algo nunca é 100%, ninguém nasce sabendo fazer nada, e somente vamos nos tornando melhores à medida que vamos fazendo.

Uma boa dica é colocar no papel os feitos que compõem a sua trajetória profissional. É um texto para você se lembrar de cada conquista, de cada passo, de cada feedback que já teve. Assim você vai saber o porquê está ali e o porquê merece mais.

Em segundo lugar, mostre para as pessoas certas, aquelas que podem influenciar na sua carreira (clientes, chefia) suas ideias e seus resultados. Além de fazer o seu trabalho bem-feito, entregar o que precisa, é importante deixar os seus méritos evidentes. Falar nas reuniões, mostrar como você pensa, como chegou naqueles resultados, fazer sua autopromoção nos momentos convenientes. Quem não é visto não é lembrado. Não é colocar uma melancia na cabeça e tentar ser o foco em tudo, é sobre não fugir das reuniões, não fugir de apresentações, demonstrar seu trabalho e as etapas dele quando necessário, porque só assim as pessoas vão saber e poder reconhecer o seu valor.

A ideia é pensar sempre avaliar seus feitos, suas competências, entender suas qualidades e reservar algum tempo para fazer com que todo o seu trabalho seja visto. Não é tarefa fácil, precisa de certa exposição, pode dar vergonha ou medo do julgamento, mas é fundamental.

(*) Larissa Almeida é formada em Comunicação Social pela UFMS e pós-graduada em Influência Digital pela PUC-RS. Trabalhou durante 14 anos na área de comunicação e imagem em importantes instituições como Caixa Econômica Federal, Prefeitura de Campo Grande, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Senado Federal, além de ter coordenado a comunicação da Sanesul. Consultora de imagem formada pelo RML Academy e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialista em Dress Code e comportamento profissional por Cláudia Matarazzo e RMJ Treinamento e Desenvolvimento Empresarial. Siga no Instagram @vistavoce_.

Nos siga no Google Notícias