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Interior

Deputados cobram explicações sobre munições militares usadas em chacina

Parte das 117 balas disparadas no atentado do dia 9 foi fabricada por órgão das Forças Armadas do Paraguai

Helio de Freitas, de Dourados | 28/10/2021 15:32
Policiais no local onde 4 pessoas foram executadas, no dia 9 deste mês em Pedro Juan (Foto: Marciano Candia)
Policiais no local onde 4 pessoas foram executadas, no dia 9 deste mês em Pedro Juan (Foto: Marciano Candia)

A Dimabel (Direção de Material Bélico), agência controlada pelas Forças Armadas paraguaias, terá de fornecer explicações formais à Câmara dos Deputados daquele país sobre as munições militares usadas na chacina de quatro pessoas, no dia 9 deste mês, na fronteira com Mato Grosso do Sul.

Nesta quinta-feira (28), a Câmara aprovou requerimento apresentado pelos deputados Jorge Ávalos Mariño e Carlos María López, do Partido Liberal Radical Autêntico, exigindo explicações sobre como as munições foram parar nas mãos do crime organizado.

O órgão militar tem 15 dias para se posicionar sobre o suposto uso de armas e munições que são parte do arsenal sob seu controle. Também terá de fornecer nomes dos responsáveis pela entrega das munições.

Na semana seguinte à chacina, a Dimabel admitiu que parte das 117 balas de fuzil disparadas pelos três pistoleiros foi fabricada pela agência, mas não identificou para quais órgãos militares os lotes tinham sido distribuídos.

Investigada pelo Ministério Público do Paraguai por causa de armamento apreendido com traficantes e depois reencontrado nas mãos de bandidos, a sede da Dimabel na capital Asunción foi alvo no dia 5 deste mês de buscas da promotora Alicia Sapriza e de agentes do Departamento de Crime Organizado.

A investigação foi iniciada após armas pertencentes a bandidos da facção criminosa Comando Vermelho terem sido apreendidas na tentativa frustrada de resgate do narcotraficante Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o “Marcelo Piloto”, em 2018, e depois encontradas com outros criminosos.

A chacina – Na madrugada do dia 9 deste mês, o traficante Osmar Vicente Álvarez Grance, 29, o “Bebeto”, saía de uma festa com a namorada e amigos quando foi atacado a tiros de fuzil por três matadores. A chacina ocorreu no centro de Pedro Juan Caballero, cidade separada por uma rua de Ponta Porã (MS).

Além dele, morreram as estudantes de medicina Haylee Carolina Acevedo Yunis, 21, (filha do governador de Amambay Ronald Acevedo e namorada de Bebeto), a mato-grossense Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, 18, e a douradense Kaline Reinoso de Oliveira, 22.

O narcotraficante Faustino Román Aguayo Cabañas, 44, flagrado com a namorada na cela VIP que mantinha na penitenciária de Pedro Juan Caballero no dia 14 deste mês, é apontado pela polícia paraguaia como o mandante da chacina.

Ele teria mandado eliminar Osmar por ciúmes, já que o rapaz teria se envolvido com Mirna Keldryn Romero Lesme, 22, a mulher encontrada na cela do bandido. Até agora, no entanto, a polícia não apresentou provas para sustentar essa versão.

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