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Interior

Clima de guerra e prisão: Choque deixa fazenda, mas invasão continua

Policiais afirmam que sede da fazenda foi saqueada, mas apenas um índio de 70 anos encontrado em cômodo da casa foi preso

Helio de Freitas, de Dourados | 28/08/2018 10:02
Helicóptero da PM sobrevoa área em chamas na fazenda Santa Maria (Foto: Reprodução)
Helicóptero da PM sobrevoa área em chamas na fazenda Santa Maria (Foto: Reprodução)

Após dois dias de operação, homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar deixaram a fazenda Santa Maria, no município de Caarapó, a 283 km de Campo Grande. A equipe estava no local desde domingo, quando pelo menos cem índios Guarani-Kaiowá invadiram a propriedade.

Até o helicóptero da PM foi usado na ação. Áreas ao redor da sede da fazenda foram queimadas e a sede foi saqueada, segundo a polícia. Porcos, gêneros alimentícios, móveis e até uma geladeira teriam sido roubados.

Ao Campo Grande News, policiais que participaram da operação afirmaram que o Batalhão de Choque foi acionado após funcionários serem feitos reféns e a sede da fazenda ser saqueada. Após a situação ser controlada e os reféns libertados, os policiais deixaram a área.

Preso – Ambrósio Alcebíades, 70 anos de idade, foi preso em flagrante por roubo e resistência. Encontrado em uma das casas da sede da fazenda, ele teria investido contra os policiais armado com uma faca. Levado para a delegacia de Polícia Civil, Ambrósio foi autuado em flagrante e continua preso, segundo o delegado Anezio Rosa de Andrade.

Conforme policiais do Batalhão de Choque, os índios continuam ocupando a fazenda, que pertence a um médico residente em São Paulo.

Eles estão a pelo menos 300 metros da sede. “Quando chegamos ao local no domingo os índios já tinham deixado a sede, que foi saqueada, mas eles continuam ocupando a fazenda”, afirmou um policial à reportagem.

A invasão – Localizada perto da estrada que liga Caarapó a Laguna Carapã, a fazenda Santa Maria foi invadida no domingo de manhã. Os funcionários afirmam que os índios chegaram gritando. Armados com flechas e pedaços de pau, eles teriam colocado fogo no pasto e fizeram alguns funcionários de reféns.

Policiais militares de Caarapó e de Dourados foram chamados e conseguiram libertar os reféns, mas os moradores não puderam retirar seus pertences. Em grupos de WhatsApp, uma funcionária reclamou que a PM não deixou que entrassem com uma caminhonete para retirar móveis, roupas e alimentos.

A chegada do helicóptero da PM e do Batalhão de Choque, ainda no domingo, provocou correria entre os índios. A situação ficou tensa quando os policiais, usando escudos, avançaram em direção ao grupo, como mostra o vídeo abaixo.

A Santa Maria é uma das fazendas reivindicadas pelos índios da aldeia Tey Kuê. Desde 2016, eles já ocuparam pelo menos 18 propriedades, entre fazendas e sítios.

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