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Capital

Manifestantes acampam no Incra e paralisam atendimento ao público

MST e MPL estão no local e pedem pela reforma agrária no Estado; protestos começaram na terça-feira

Por Natália Olliver e Antonio Bispo | 18/04/2024 10:58
Manifestantes do MPL E MST estão no prédio em reunião com Incra; serviço ao público foi suspenso (Foto: Antonio Bispo)
Manifestantes do MPL E MST estão no prédio em reunião com Incra; serviço ao público foi suspenso (Foto: Antonio Bispo)

Manifestantes do MPL (Movimento Popular de Luta) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) acompanharam na sede do Incra (Instituto Nacional da Reforma Agrária) e paralisaram o serviço de atendimento ao público nesta quinta-feira (18). O movimento é em prol da redistribuição de terras, pedida há anos no Estado. Conforme o Instituto, o serviço administrativo segue normalmente. Ainda não há previsão de quando o atendimento ao público voltará a funcionar.

Nesta quarta-feira (17), manifestantes do MST estiveram na frente da sede para pedir que o Instituto dê cestas básicas às famílias que estão nos acampamentos do Estado e linhas de crédito bancário para produção deles. Ao todo, 200 pessoas estavam no local. A presença fez parte de uma mobilização nacional em defesa do avanço da reforma agrária e memória das vítimas do massacre de Eldorado do Carajás.

Apesar da data simbólica, os movimentos começaram nesta terça-feira (16), quando o MPL acampou por 10 horas na frente do Incra. Ele retirou a ocupação com a promessa de que haverá a retomada da reforma agrária em Mato Grosso do Sul. A promessa foi feita pelo superintendente do instituto no Estado, Paulo Roberto da Silva, no final da tarde desta terça-feira.

“Nós iniciamos o cadastro, então é possível que tenha entre 10 e 11 mil famílias em acampamentos. Esse é o tamanho da demanda de famílias que aguardam terra em Mato Grosso do Sul. Já temos 850 famílias cadastradas em Dourados. Agora iremos amanhã para Aral Moreira e depois vamos para a região de fronteira, em Ponta Porã.”

Durante o protesto, os manifestantes, que seguravam enxadas e facões, atrás de um trio elétrico, pediam o direito de plantar. As faixas levavam os dizeres "Plantar, resistir e construir reforma agrária popular".

Conforme apurou a reportagem, todos eles saíram de acampamentos montados em áreas de Campo Grande, na saída para Ribas do Rio Pardo, e em municípios como Naviraí, Eldorado e Antônio João. Após serem ouvidos na reunião com a equipe do Incra, os manifestantes do MPL deixaram pacificamente a sede.

Pedidos MST - De acordo com o MST, a mobilização busca pressionar os órgãos responsáveis pela distribuição de terras para Reforma Agrária em áreas que já estão em negociação, que possuem ocupações ou cujos proprietários possuem irregularidades com a União.

O movimento reivindica assentamentos em áreas localizadas em Sidrolândia, Ponta Porã, Nova Andradina, Corguinho, Itaquiraí, Japorã, Batayporã e Dourados, além de elencar uma lista de fazendas com denúncias de trabalho escravo em Anastácio, Antônio João, Nioaque, Iguatemi, Naviraí e Jardim.

“A Constituição Federal de 1988 prevê a realização de Reforma Agrária em terras improdutivas, ou seja, onde não há utilização pelos proprietários. Ela também pode ser realizada em localidades que possuam irregularidades”, diz o movimento.

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