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Capital

Aderindo ao movimento nacional, indígenas fazem manifestação na Praça do Rádio

Estavam presentes cerca de 30 pessoas no local, entre militantes e estudantes

Gabrielle Tavares | 23/06/2022 15:58
Indígenas em concentração na Praça do Rádio. (Foto: Kísie Ainoã)
Indígenas em concentração na Praça do Rádio. (Foto: Kísie Ainoã)

Movimento indígena de Mato Grosso do Sul se mobilizou nesta quinta-feira (23) em Campo Grande, para aderir ao movimento nacional “Luta pela Vida”, que acontece em todas as capitais do Brasil. O grupo se reuniu na Praça do Rádio e seguiu para a sede da Funai (Fundação Nacional do Índio), localizada no Centro da Capital, onde farão uma marcha.

O coordenador do Conselho Terena de Mato Grosso do Sul, Arildo Hanaity, explicou que entre as pautas, estão o fim do Marco Temporal e saída imediata do presidente da Funai, Marcelo Augusto Xavier da Silva. Além de pedirem justiça pela morte do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

Em concentração, indígenas confeccionaram cartazes. (Foto: Kísie Ainoã)
Em concentração, indígenas confeccionaram cartazes. (Foto: Kísie Ainoã)

“Queremos que o STF (Supremo Tribunal Federal) coloque em pauta o julgamento do marco temporal e derrube ele. Hoje seria julgado, mas foi adiado”, relatou.

Estavam presentes cerca de 30 pessoas na Praça do Rádio, entre militantes, estudantes e servidores da Funai.

A estudante Claudiane da Silva, de 24, que faz parte do grupo Rede Saberes da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), se deslocou de Aquidauana até Campo Grande para participar da ação. Ela avaliou que a manifestação é uma busca pelos direitos dos indígenas.

“Acreditamos que a Funai precisa ser coordenada por um indígena, porque o atual presidente não luta pelos nossos interesses”, apontou.

Xavier não é indígena, mas sim delegado da Polícia Federal desde 2008. Passou a ocupar o cargo em julho de 2019, nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Estudante Devanilson Paz, de 23 anos. (Foto: Kísie Ainoã)
Estudante Devanilson Paz, de 23 anos. (Foto: Kísie Ainoã)

O estudante Devanilson Paz, de 23, também é de Aquidauana e fez uma dança típica terena, a Kipaé, que pratica desde criança. “Para nós é muito importante essa mobilização, o quanto a gente sofre com racismo não é nada fácil, só a gente sabe. Ainda mais com o marco temporal”, disse.

Marco temporal - A tese jurídica defende que povos indígenas só possam reivindicar territórios que ocupassem em 5 de outubro de 1988, dia em que a Constituição Federal foi promulgada. O debate existe há mais de 10 anos, mas ganhou força nos últimos tempos.

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