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Lado Rural

IBGE estima safra recorde de 270,2 milhões de toneladas em 2022

Alta decorre da expansão do algodão, trigo e milho

Vitor Abdala, da Agência Brasil | 12/05/2022 12:45
Lavoura de milho em propriedade brasileira; aumento na produção do grão é apontada como justificativa para crescimento da produção nacional de grãos. (Foto: Arquivo/Mapa)
Lavoura de milho em propriedade brasileira; aumento na produção do grão é apontada como justificativa para crescimento da produção nacional de grãos. (Foto: Arquivo/Mapa)

A atual estimativa para a produção de grãos no país da Companhia Nacional de Abastecimento projeta uma colheita de 270,2 milhões de toneladas para a safra 2021/22, volume que representa um aumento de 0,3% sobre o ciclo anterior. Os dados estão publicados no 8º Levantamento da Safra de Grãos 2021/22, divulgado nesta quinta-feira (12).

O acréscimo é justificado pelo aumento na área de soja e do melhor desenvolvimento no final do ciclo das lavouras, sobretudo de arroz, milho e da oleaginosa. Já em relação ao ciclo passado, que chegou a 255,5 milhões de toneladas, a elevação atinge 14,65 milhões de toneladas, ou seja, 5,7%.

Milho – No caso do milho, a nova estimativa para a produção total está prevista para 114,58 milhões de toneladas. Na primeira safra do cereal, a colheita está em 24,67 milhões de toneladas, enquanto que na segunda a previsão é de uma produção de 87,69 milhões de toneladas e a terceira tem uma estimativa de 2,21 milhões de toneladas. Com a atualização, a Conab ainda espera uma forte recuperação na produtividade do grão com relação à temporada 2020/21, com consequente ampliação na colheita.

“A atual safra não irá atingir a produtividade potencial, mas ainda tende a ser uma boa produção principalmente pelas lavouras implantadas mais cedo. No entanto, ainda precisamos ter atenção com o desenvolvimento da cultura. A maior parte do milho semeado se encontra em estágios de desenvolvimento em que o clima é preponderante. Para Mato Grosso e Goiás, há uma tendência de déficit hídrico. Já em Mato Grosso do Sul e no Paraná, a maior preocupação é com o risco de geadas”, pondera o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.

Outra importante cultura de segunda safra, as lavouras de algodão têm apresentado clima favorável para o desenvolvimento da fibra que, aliada ao ganho de área, resulta numa produção de 2,82 milhões de toneladas de pluma. Se confirmado, o volume estimado será o segundo maior já registrado na série histórica, sendo 19,5% superior à safra passada e menos apenas que o registrado no ciclo 2019/20.

Para o feijão, a expectativa de uma boa segunda safra da leguminosa vem se confirmando. O clima mais favorável contribui para um maior rendimento dos grãos, na maioria das regiões produtoras, o que traz uma expectativa de colheita em 1,4 milhão de toneladas, um incremento de 23,3% em relação ao mesmo período da safra 2020/21.

Soja – Entre as culturas de primeira safra, a soja já apresenta cerca de 95% da área colhida. A estimativa de produção da oleaginosa está em 123,8 milhões de toneladas, redução de 10,4% em relação à safra anterior. No caso do arroz, a colheita atinge 91% da área. A expectativa da Conab é que o Brasil produza 10,7 milhões de toneladas, queda de 9,1% em relação ao volume produzido na safra passada. A redução registrada para estes grãos neste ciclo é explicada pela estiagem registrada nos estados do Sul do país e em parte do Mato Grosso do Sul entre o fim de 2021 e início deste ano.

Dentre as culturas de inverno, o panorama de mercado de trigo estimula os produtores. A expectativa de área plantada do grão no país teve uma elevação de 3% neste levantamento. Destaque para o Rio Grande do Sul, onde a intenção de plantio mostra uma elevação de 9,7%, saindo de 1,16 milhão de hectares para 1,27 milhão de hectares.

Mercado – Neste 8º levantamento, a Companhia não alterou as estimativas de importação de nenhum produto em relação ao levantamento anterior. Já as exportações de milho para 2022 foram aumentadas, passando de 37 milhões de toneladas para 38 milhões de toneladas. Se confirmado, os embarques para o mercado externo terão um incremento de 82,6% em relação à safra anterior. Essa elevação é explicada pelo crescimento da produção brasileira alinhada à demanda internacional aquecida.

Para os demais produtos, as estimativas de exportação foram mantidas: algodão em 2,05 milhões de toneladas, arroz em 1,3 milhão de toneladas, feijão em 200 mil toneladas e soja em 77 milhões de toneladas. No caso do trigo, as informações ainda são referentes à safra 2021,  que possui o ano comercial de agosto de 2021 a julho de 2022. Para o cereal, a expectativa de venda para o mercado internacional segue em 3 milhões de toneladas.

No que se refere aos estoques, os dados indicam recomposição da disponibilidade interna para o milho, que deverá ser de 10,4 milhões de toneladas, aumento de 34,7% comparado à safra 2020/21. Já para o feijão, o estoque de passagem deverá ser da ordem de 304,1 mil toneladas, volume que deverá contribuir para a manutenção da normalidade do abastecimento interno. Para a soja, os esmagamentos deverão aumentar em 345 mil toneladas, passando para 46,85 milhões de toneladas. Com o aumento de produção e de esmagamentos, os estoques de passagem para a safra 2021/22 de soja em grãos estão estimados em 3,56 milhões de toneladas. No caso do arroz, o cenário é de diminuição em 16,1% dos estoques finais, com um montante de 2,1 milhões de toneladas em dezembro de 2022.

Em relação aos preços médios mensais dos produtos nas principais praças, observou-se, no mês de abril em comparação com o mês de março, desvalorização de 14,26% no preço do milho no PR, de 4,92% no preço do trigo no PR, de 3% no do arroz no RS e de 8,5% da soja no MT. Por outro lado, o preço do algodão elevou em 2,7% no MT e do feijão cores em 6,56% em SP.

* Com informações do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e IBGE (Instituto Brasileira de Geografia e Estatísticas) 

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