ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 19º

Sabor

Além de vender esfirra, Loret lê borra de café para ajudar os clientes

Proprietária praticava a cafeomancia somente entre amigos e hoje, atende outras pessoas

Jéssica Fernandes | 02/12/2021 07:56
Empresária faz a leitura da borra de café no estabelecimento. (Foto: Kísie Ainoã)
Empresária faz a leitura da borra de café no estabelecimento. (Foto: Kísie Ainoã)

A esfiharia Du’Sheik seria só mais uma entre as diversas abertas na cidade, mas a proprietária do local é uma mulher singular que faz leitura da borra de café. Filha de pais libaneses, Loret Tawil, 49 anos, aprendeu a cafeomancia com a sogra e outros familiares.

Há mais de cinco anos, ela tem o costume de ler para amigos, parentes e pessoas próximas. O atendimento ao público começou em 2019, mesmo período em que abriu o estabelecimento. “Desde que abri o Sheik, lia para os amigos, eles foram comentando e o pessoal começou a vir aqui pedir. Eu cobro um valor simbólico que é o café, o doce árabe e o meu tempo”, explica.

Para todo mundo que chega, Loret faz o questionamento que define o decorrer da consulta. “Eu sempre pergunto: o que te trouxe aqui para a leitura? Porque curiosidade não basta”, conta. Nas sessões, o cliente bebe o café especial árabe, que é moído com a semente de cardamomo. O aroma da semente afrodisíaca faz o cliente relaxar e refletir. “Você tem que beber e pensar”, enfatiza.

Loret mostra formato especial da xícara. (Foto: Kísie Ainoã)
Loret mostra formato especial da xícara. (Foto: Kísie Ainoã)

Atendendo com hora marcada, ela recebe os clientes na esfiharia no período da tarde. É no ambiente que o cliente toma o café árabe e experimenta um doce amanteigado e recheado com tâmaras. A leitura da borra envolve diversos detalhes e até a xícara apresenta um formato específico. “Ela é aberta, porque o seu pensamento sai, e dividida em três. O centro da xícara é você, mostra sua personalidade e estado de espírito”, fala.

Na cafeomancia, a empresária explica que as xícaras seguem um sistema entre passado e futuro. “Ela mostra sete dias para trás e sete dias para frente. O lado esquerdo é o seu lado sentimental, familiar, social, tudo que está ligado a emoções. O lado direito já é material, financeiro, projeto, sonhos, tudo o que você pode fazer na prática”, ressalta.

Na borra do café, Loret já conseguiu ver figuras com formatos variados e de diferentes significados. “Tem muitos símbolos, por exemplo, letras, animais, cruz, anjo e pessoas. O peixe é dinheiro, andorinha é mudança, cavalo é amigo”, diz.

Doce árabe faz parte da consulta de cafeomancia. (Foto: Kísie Ainoã)
Doce árabe faz parte da consulta de cafeomancia. (Foto: Kísie Ainoã)

Cada leitura leva uma hora para ser concluída, pois são várias etapas envolvidas, “Não é só ler, porque você começa o fio, vai para o teu lado emocional, profissional e passeia por um todo”, garante.

Apesar de gostar da atividade, a advogada comenta que não tem pretensão de fazer o ato virar um negócio. “Eu respeito muito isso, não levo como brincadeira e não queria que isso virasse um comércio. Estou tratando com o sentimento, vida e expectativa da pessoa”, enfatiza.

Através da cafeomancia, ela revela que se sente bem em poder ajudar os outros. “Todo mundo que tenho lido, tenho ajudado e conseguido superar as expectativas. “Eu fico feliz,  as pessoas voltam, viram clientes, amigas e parece que as conheço há anos. Isso é muito interessante”, finaliza.

Na borra da xícara, empresária consegue ver passado e futuro dos clientes. (Foto: Kísie Ainoã)
Na borra da xícara, empresária consegue ver passado e futuro dos clientes. (Foto: Kísie Ainoã)

Consulta - A leitura do café custa R$100 e acontece diante de agendamento prévio. Os interessados podem entrar em contato através do (67) 3014-9000.

Além da leitura, o estabelecimento trabalha com mais de 30 sabores de esfihas, massas folhadas, tradicionais e integral. As opções de recheios incluem carne, bacon, frango, calabresa, homus, escarola, babaganouch, espinafre com ricota e coalhada seca. Para a sobremesa, tem esfihas de brigadeiro, beijinho, chocoball, dois amores, banana, doce de leite e canela.

A produção da esfiha é artesanal, sendo que a massa não leva ovo e leite. Preparada na hora, as tradicionais massas recheadas chegam quentinhas no prato.

A  Du’Sheik está localizada na Rua Arthur Jorge, 760, Centro. O horário de funcionamento é de segunda a quinta, das 7h às 19h e sexta das 7h às 18h.

Prato com esfihas de queijo, carne e bacon. (Foto: risemkt)
Prato com esfihas de queijo, carne e bacon. (Foto: risemkt)

Curta o Lado B no Facebook. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.

Nos siga no Google Notícias