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Em Pauta

Filmar o fim do mundo. Castigo eterno para os incendiários

Mário Sérgio Lorenzetto | 11/08/2022 06:30
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Há um filme que começa e acaba com cenas reais do fim do mundo. Mostra um universo agonizando, defendido por poucos homens, mulheres e animais.  É de uma beleza tão provocante quanto hipnótica. Se trata do "Lo que arde", filmado com pouco dinheiro, que triunfou em Cannes. Há várias cenas filmadas ao vivo, sem roteiro, com a ação real da destruição de uma floresta provocada pelo fogo. Impressiona ver um incêndio por dentro. Impressiona ouvir o "choro" das árvores. O som desesperado dos bombeiros e dos moradores das fazendas. Uns porque não tem meios eficazes de combate ao fogo. Outros, por ver suas casas a ponto de destruição. O filme e o incêndio real são espanhóis, mas a geografia não importa. É cópia do que ocorre no Pantanal do Mato Grosso do Sul.


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Uma mãe e o filho no apocalipse.

Mas o que de verdade impressiona é uma mãe e um filho. Porque o interessante sempre é o início das coisas, não seu final. O filho, chamado Amador, sai do cárcere depois de cumprir dois terços de sua condenação por incendiar um monte. Regressa à casa  de sua mãe, Benedita, que tem uma pequena lavoura, duas vacas e uma cadela. Agora vive preso ao passado, voluntariamente marginal. Há uma lição extraordinária. Quem é condenado por um crime tão hediondo, como esse, é suspeito dos seguintes. Por isso, a justiça é importante, porque muitas vezes o castigo é eterno, ainda que seja injusto. Um incendiário não pode viver livre de todas as amarras da sociedade.

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