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Interior

TJ suspende júri de preso por ligação com "máfia" e avalia troca de cidade

Promotoria alega que Mundo Novo é cidade pequena e moradores têm medo

Aline dos Santos | 20/08/2018 10:04
Ferrari amarela mostra poder financeiro de família investigada. (Foto: Reprodução/Facebook)
Ferrari amarela mostra poder financeiro de família investigada. (Foto: Reprodução/Facebook)

Marcado para a última sexta-feira (dia 17), o júri popular de Douglas Alves Rocha, preso em operação da PF (Polícia Federal) que investiga “máfia” em Mundo Novo, foi suspenso.

A decisão é do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) num pedido em que a promotoria pede o “desaforamento”, ou seja, que o júri não aconteça em Mundo Novo. A justificativa é o temor das pessoas, moradores da pequena cidade, em atuar no julgamento.

Com reportagens anexadas ao pedido, as promotoras Lenize Martins Lunardi Pedreira e Karina Ribeiro dos Santos Vedoatto pediram a transferência do local do julgamento. 

“A periculosidade dos integrantes, que foi retratada na reportagem, deixa translúcido que a ordem pública e a imparcialidade dos jurados serão vergastadas, caso a sessão plenária se dê nesta cidade de Mundo Novo-MS”, aponta a promotoria.

O julgamento foi suspenso pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, que destacou que a defesa já havia pedido adiamento. Advogado de Douglas, Fábio Trad pediu a transferência para depois das eleições, pois disputa a reeleição para deputado federal.

Douglas Alves Rocha é acusado de matar Eleutério Coleoni Camargo,contratado para executar seu cunhado Jeferson Molina, que acabou assassinado ano passado. Jeferson é filho do policial militar Silvio Cesar Molina Azevedo, preso pela PF na operação Laços de Família  e apontado como líder da organização que mantinha relações comerciais, venda de maconha, com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando a Capital). Um dos exemplos do poderio financeiro era a Ferrari amarela, propriedade da família. 

Réveillon - Conforme o processo, na noite de Réveillon, virada do ano de 2014 para 2015, Douglas e Eleutério, moradores, respectivamente de Mundo Novo e Serra (Espírito Santo), encontraram-se por acaso em frente à igreja católica, na área central da cidade. Como se conheciam, a conversa logo virou um convite para ir a casa de Douglas.

No diálogo, a vítima teria confessado que, na verdade, estava em Mundo Novo não para passar férias, mas sim porque tinha sido contratado para executar duas pessoas na cidade, sendo uma delas Jeferson Molina.

Desconfiando que o segundo alvo com morte encomendada poderia ser ele, Douglas dirigiu-se até o sofá da sala, de onde retirou uma pistola e efetuou oito tiros. O autor fugiu do local em um veículo Azera de cor preta, levando a arma do crime.

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