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Capital

Dívida que acabou em morte de idoso pode chegar a R$ 40 mil

Idoso emprestava dinheiro a juros e marcou encontro na noite anterior ao crime para negociar dívida

Gabrielle Tavares e Ana Beatriz Rodrigues | 30/06/2022 18:36
Momento em que suspeito chega para prestar depoimento na delegacia. (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)
Momento em que suspeito chega para prestar depoimento na delegacia. (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)

Uma dívida de cerca de R$ 40 mil pode ter motivado o assassinato do idoso Wilson Pereira dos Santos, de 62 anos, encontrado morto a tiros na manhã desta quinta-feira (30) na residência onde morava, no Jardim Centenário, em Campo Grande. O suspeito do homicídio é um homem de 37 anos, preso em flagrante por motivo fútil no início da tarde de hoje.

A família de Wilson disse que o idoso emprestava dinheiro a juros e marcou um encontro com o suspeito na noite de ontem (29), para negociar a dívida. No entanto, o valor  não foi confirmado pela polícia.

O suspeito foi encaminhado até a Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos) para prestar depoimento, pois era suspeito de roubar um veículo da vítima, que acabou não se confirmando.

Em coletiva de imprensa, o delegado da Defurv, Roberto Guimarães disse que o homem confessou o assassinato para o delegado responsável pela prisão em flagrante, mas em depoimento, com a presença de um advogado, ele usou o direito de permanecer calado e só falar em juízo.


A prisão - Com a informação da família de que ele teria se encontrado com um homem na noite anterior ao crime, a polícia o localizou e foi até uma casa de espetos comandada por ele, que fica no bairro São Conrado. Nos fundos do comércio, a equipe encontrou o carro que a família disse ser de Wilson, furtado da casa dele. Ele não estava no local, mas um funcionário explicou que o carro era dono da espetaria, o suspeito de 37 anos.

A polícia ligou para o homem, que aparentou nervosismo e “começou a gaguejar”. Foram então até a casa dele, onde o encontraram saindo, em uma tentativa de fuga, ocasião em que ele confessou o crime.

Delegado da Defurv, Roberto Guimarães. (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)
Delegado da Defurv, Roberto Guimarães. (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)

“Ele estava muito nervoso, tentou se explicar, mas falou nada com nada. Falou várias vezes o nome da vítima, mesmo sem a gente nem ter citado o caso”, disse o delegado.

Em sua residência, as equipes apreenderam uma caixa com munições de calibre 32. Já casa de espetos, foi encontrada a suposta arma do crime, um revólver calibre 32. O suspeito foi encaminhado para a delegacia, junto a um funcionário do comércio, que foi ouvido e liberado por falta de envolvimento no crime.

O homem de 37 anos continua com a prisão em flagrante por motivo fútil, e também vai responder por resistência e porte ilegal de arma de fogo. Ele já tinha passagem pela polícia por porte ilegal de arma e por ameaça.

O caso - A irmã de Wilson conversou com a reportagem do Campo Grande News na frente da casa enquanto acompanhava os trabalhos policiais nesta manhã. A mulher de 48 anos contou que o irmão teria sido vítima de uma emboscada, pois recebeu mensagem na noite desta quarta-feira (29) do suspeito.

"Esse cara que matou ele ontem a noite mandou uma mensagem falando que estava aqui na frente da casa esperando ele", disse. Segundo a mulher, Wilson estava assistindo novela na casa da namorada, que mora perto.

"Ele saiu de lá e veio, vizinhos escutaram tiros, mas ninguém saiu para ver", afirma. O corpo só foi encontrado nesta manhã depois que um rapaz passou, viu o caminhão na frente da casa e estranhou porque Wilson sempre guardava no quintal.

"O amigo do meu sobrinho ligou para ele falando 'o caminhão do seu pai está aqui na frente, a gente chama e ninguém atende'. Meu sobrinho foi lá e achou ele morto", lamenta.

Ainda, a irmã disse que o autor levou o celular e a carteira da vítima, com dinheiro e documentos. "Ele emprestava dinheiro a juros e não guardava no banco, ficava com ele".

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