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Capital

"Arrancou o coração do meu filho e o meu também", diz avó de jovem morto a tiros

Jovem foi assassinado a tiros enquanto conversava com menina na frente de casa

Dayene Paz e Bruna Marques | 03/12/2021 07:38
Avó criou Kennedy desde os dois anos de idade. (Foto: Henrique Kawaminami)
Avó criou Kennedy desde os dois anos de idade. (Foto: Henrique Kawaminami)

"Me abraçou e eu sentei segurando ele. Arrancou o coração do meu filho e o meu também". A frase é da dona de casa Gliceria de Araújo França, de 75 anos, que viu o neto morrer, depois de ser atingido por tiros na noite desta quinta-feira (02), no Bairro Portal Caiobá, em Campo Grande. O caso é investigado pela Polícia Civil.

Gliceria busca respostas e pede justiça para o menino que criou como filho, desde os dois anos de idade, depois que a mãe dele morreu em um acidente. A idosa conta que Kennedy Gabriel Araújo Andrade, 21 anos, era um verdadeiro companheiro. "Trabalhava registrado em um mercado, ele que ajudava em casa e era um menino tão bom pra mim".

Avó pede justiça e que polícia encontre assassino. (Foto: Henrique Kawaminami)
Avó pede justiça e que polícia encontre assassino. (Foto: Henrique Kawaminami)

Na noite de ontem, além de Kennedy e a avó, o irmão de Gliceria também estava na casa, pois veio de outra cidade para fazer tratamento no Hospital Regional. Ela conta que fez a janta e chamou Kennedy para comer, momento em que ele falou que iria comprar refrigerante. "Falei para tomar suco mesmo, mas ele foi na mercearia da esquina comprar".

Na volta da mercearia, Kennedy já estava acompanhado por uma menina. "Não sei se era namorada, nunca tinha visto ela", revela Gliceria. O rapaz chegou em casa, serviu refrigerante para a jovem e ficaram na frente da residência. "Serviu coca para eles e ficaram sentados na frente, na muretinha", diz a avó.

Os dois ficaram por um tempo, quando Gliceria escutou um barulho. "Parecia bombinha, achei que eram as crianças na rua, mas deu outro barulho forte, foi quando levantei para ver e ele já veio correndo pedindo socorro", conta. Kennedy foi atingido por um tiro do lado de fora da casa e outro quando já estava no corredor. "Um acertou ele, um o para-brisa do carro do meu irmão e o outro tiro ele foi atingido quando já estava no corredor, fiquei até surda de um ouvido", lembra.

Um dos tiros que atingiu o carro do irmão de Gliceria. (Foto: Henrique Kawaminami)
Um dos tiros que atingiu o carro do irmão de Gliceria. (Foto: Henrique Kawaminami)

Quando viu Kennedy correndo e ferido, Gliceria se desesperou. "Quando eu levantei, já vi meu menino com a mãozinha no peito e sangue na boca, ele não tinha mais voz para falar, mas queria me falar alguma coisa. Ele ainda me abraçou, sentei segurando ele, morreu na porta da cozinha de casa".

A avó agora pede justiça. "Ele era um menino que todo mundo gostava. Não sei porque fizeram isso com meu filho, ele não era de gandaia, não bebia, não fumava, eu queria ver meu filho de novo. Quero ele preso e quero saber porque matou meu filho. Arrancou o coração do meu filho e o meu também", lamentou a avó.

Testemunhas informaram que o suspeito deixou uma moto ligada próximo da casa e depois dos disparos, fugiu. O delegado Lucas Caires, que atendeu a ocorrência, informou que já existem algumas suspeitas sobre o assassino e a motivação do crime, mas para não prejudicar as investigações e as buscas pelo autor, os detalhes não podem ser divulgados.

Kennedy tinha algumas passagens pela polícia registradas quando era menor de idade, após a maioridade, não foi preso nenhuma vez pela Polícia Civil e nem responde a processos na Justiça de Mato Grosso do Sul.

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